quarta-feira, 13 de março de 2013





 "Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."
                                               ( Carlos Drummond de Andrade )





                                                                     
    A criança possui características próprias onde precisa passar por várias etapas de desenvolvimento físico, social, cognitivo e emocional para se transformar num adulto, e a brincadeira contribui muito para este processo. Ao brincar a criança desenvolve diversas habilidades como criar, associar, calcular, compor, classificar, analisar, medir, deduzir, nomear, etc, isso pode ocorrer também por meio de vários tipos de brincadeiras, que podem ser imaginárias, reais, sozinho ou com colegas, em casa, na escola ou na rua. Nota-se, portanto, o quanto é necessário o professor trabalhar com atividades lúdicas com seus alunos, pois além disso, com as  brincadeiras as crianças utilizam uma linguagem para se manifestar, descobrir o mundo e interagir com o outro, é também um momento importantíssimo para seu desenvolvimento cognitivo, físico, emocional e social.
Sabe-se que raramente os professores trabalham com atividades lúdicas no ensino fundamental, muitos alegam a falta de tempo, porque  a prioridade são os conteúdos. Mas venho questionar o seguinte, o brincar não está restrito a uma determinada idade ou fase, muito pelo contrário, pesquisadores como Almeida e Shigunov (2000) afirmam que é uma característica inerente ao ser humano pode ser compreendida tanto pelo adulto quanto pela criança exigindo uma concentração durante certa quantidade de tempo que varia de acordo com a faixa etária e desenvolvimento que se encontra.
Sendo assim, a escola não deveria em seu planejamento dedicar um momento dentro da própria aula com determinado assunto para a criança brincar, e neste sentido um “brincar aprendendo”?












“Nenhuma criança brinca só para passar o tempo,
sua escolha é motivada por processos íntimos,
desejos, problemas, ansiedades. O que está
acontecendo com a mente da criança determina
suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem
secreta, que devemos respeitar mesmo se não a
entendemos.” (GARDNEI  apud FERREIRA;
MISSE; BONADIO, 2004)



 As brincadeiras são fundamentais para a criança, pois ela é um ser que ainda está em formação psicomotora, sendo esta uma oportunidade que propicia  a descoberta de novos conhecimentos, e a exploração de suas habilidades. As brincadeiras também desenvolvem o imaginário da criança, e é na brincadeira que a criança faz relações simbólicas do mundo. Na escola é muito importante que o professor esteja atento às etapas de desenvolvimento cognitivo, psicossociais e culturais da criança, onde o ensino deve ser direcionado de acordo com o nível cognitivo da criança, é como Vigotsky afirma, que:

"Na idade pré-escolar, surgem necessidades específicas,
impulsos específicos que são muito importantes para o
desenvolvimento da criança e que conduzem diretamente
a brincadeira. Isso ocorre porque na criança dessa idade
emerge uma série de tendencias irrealizáveis, de desejos
não realizáveis imediatamente. ( VIGOTSKY, 1999)"












De acordo com a educadora Adriana Friedmann o " brincar" está relacionado como uma prioridade na vida da criança, pois é uma linguagem expressiva e que proporciona a comunicação, a descoberta do mundo, além da socialização e desenvolvimento integral. A brincadeira é composta por vários elementos, a estrutura (começo, meio e fim), o meio está ligado ao "como brincar", os fins relaciona-se com o " por que de brincar", a temática da brincadeira, as regras, o espaço, o tempo, os brinquedos, os companheiros e comportamentos também são importantes na brincadeira, e o professor ao dirigir uma proposta de atividade relacionada ao lúdico deve está atento a todos esses elementos. Interessante também que para cada faixa etária existe um tipo de brincadeira educativa, para crianças de 3 a 7 anos por exemplo é importante trabalhar com o contato com a natureza, os animais, passeios, brincadeiras ao ar livre, entre outros.

Diante dessas colocações, venho propor uma atividade que trabalha não somente a questão da ludicidade mas também da aprendizagem da leitura e da escrita.


A proposta é:  Quebra-cabeça


O objetivo é: Trabalhar com a concentração, enfatizando a habilidade em montar o
cenário que desencadeará a produção escrita.

 Regras:
> formar grupos de 04 (quatro) alunos;
> distribuir o quebra-cabeça, 01(um) para cada
grupo;
> montar o  Quebra-cabeça

Após montarem o quebra-cabeça, os alunos terão que responder as seguintes
questões:
a) Que figuras aparecem no cenário?
b) Quais as cores que predominam?
c) Dê nome aos personagens que aparecem no cenário?

Após estas questões, serem respondidas por escrito, o professor deve solicitar que os alunos usem a imaginação e escrevam uma história que represente a gravura montada.

Essa atividade pode ir além da sala de aula, como nos dias atuais é frequente e notável o uso da internet por crianças  nessa faixa etária, o professor poderá criar um ambiente virtual, a exemplo de um blog,  criar espaços para uma atividade como esta descrita acima e convidar a criançada para publicar seus textos produzidos a partir desse jogo, ou até mesmo propor um jogo no próprio ambiente. é uma oportunidade muito interessante para trabalhar tanto a interação/comunicação como o desenvolvimento da aprendizagem da criança.